segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Aurora


Quando o amor é um estado de consciência,

tudo se transforma.

A treva da ausência se torna presença.

A solidão escura e fria se torna alvorada.

E os olhos ganham o brilho do amanhecer.

O espaço se abre na luz de um novo despertar.

Então o coração toca suavemente o Multiverso.

Sem sair do lugar, ele beija o infinito.

A magia do amor transformou sua dor em luz.

O tempo dança à sua frente, como por encanto.

As dores de outrora se foram;

ficou o amor.

Do fundo do abismo brotou a luz.

E o que era apego e prisão, tornou-se estrela.

Quem ama mesmo, não arrasta correntes.

Pois, a luz do amanhecer no brilho do olhar

nada pesa.

E o nascer do sol não faz barulho algum.

A luz é presente do amor. É graça. É vôo sutil.

Quem se permite perder a graça, embaça a visão.

Quando o coração não reconhece o presente,

perde as asas.

Quem dá abrigo à treva, perde o amanhecer nos olhos.

Quem carrega correntes, perde o vôo sutil.

Cada dia é um presente, que, só se sente, vivendo...

Quem ama, compreende e reconhece o presente.

E, vive contente, para voar melhor, com graça.

Seu coração sabe que a luz não pesa nada.

Na aurora do despertar da consciência,

tudo é PRESENÇA.

A magia do amor é pura alquimia interior:

transmuta a velha dor em luz renovada.

E o milagre acontece:

a solidão escura e fria se torna alvorada.

O poeta celta cantou:

Na luz eu me curei.

Na luz eu dancei e cantei.

Na luz eu reconheci o presente.

Na luz em morri e renasci.

Na luz eu limpei o olhar.

Na luz eu vim; nela eu estou; nela eu vou...

Na luz, na luz, na luz... do amor!



Quem compreende, em seu coração, a compreende...


Wagner Borges