sexta-feira, 15 de abril de 2011

Milagre Da Amizade

A amizade torna os fardos mais leves,

porque os divide pelo meio.

A amizade intensifica as alegrias,

elevando-as ao quadrado na matemática do coração.

A amizade esvazia o sofrimento,

porque a simples lembrança do amigo

é lenitivo com jeito de talco na ferida.

A amizade ameniza as tarefas difíceis,

porque a gente não as realiza sozinho.

São dois cérebros e quatro braços agindo.

A amizade diminui as distâncias.

Embora longe, o amigo seja alguém perto de nós.

A amizade enseja confidências redentoras:

problema partilhado, percalço amaciado,

felicidade repartida, ventura acrescida.

A amizade coloca música e poesia

na banalidade do cotidiano.

A amizade é a doce canção da vida

e a poesia da eternidade.

O amigo é a outra metade da gente.

O lado claro e melhor.

Sempre que encontramos um amigo,

encontramos um pouco mais de nós mesmos.

O amigo revela, desvenda, conforta.

É uma porta sempre aberta em qualquer situação.

O amigo na hora certa, é sol ao meio dia,

estrela na escuridão.

O amigo é bússola e rota no oceano,

porto seguro da tripulação.

O amigo é o milagre do calor humano,

que Deus opera no coração.

Roque Schneider

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Quando faz frio no coração

Todo nosso eu é construído do emocional.

E a soma dos acontecimentos,

o tamanho deles, a forma ou o momento

em que chegam criam barreiras

entre nós e os outros,

às vezes nós e o mundo.

Quando faz frio no coração,

nós nos afastamos de tudo aquilo

que poderá tocá-lo.

Criamos um muro invisível para

protegê-lo e proteger-nos,

duvidamos das pessoas, da sinceridade delas,

das suas boas intenções.

Esses invernos rigorosos da vida fazem

com que nos sintamos mais sós,

nos esquecemos de olhar um pouco para fora

e olhamos muito para dentro.

E quando mais pensamos nas nossas tristezas,

mais tristes nos sentimos,

o que cria esse círculo vicioso do qual

é difícil se livrar.

E quando esses períodos de festas

se aproximam em que todos falam tanto de

amor, solidariedade, perdão e compreensão,

o que possuem o coração apertado

o sentem mais pequenininho ainda.

Uma maneira de reverter essa situação,

é oferecer o que precisamos.

Mudando nossa mentalidade,

mudamos o mundo.

Para abrir o coração das pessoas,

precisamos abrir o nosso.

São nossas mãos que devem derrubar

as primeiras barreiras que nos separam

das pessoas e da vida.

É a luz que possuímos que deve ser

a primeira a nos aquecer,

a iluminar nossos passos,

ninguém pode ver por nós,

caminhar por nós e menos ainda

sentir por nós.

Quando fazemos pelos outros,

estamos concentrando nossas energias em

algo externo a nós e quando pensamos

menos na carga que carregamos,

ela parece mais leve, mais suportável.

Quando faz frio no nosso coração,

devemos agasalhá-lo para que ele

passe melhor pelo inverno, que passará,

como passam todas as outras estações.

Aquele que aprende a plantar uma flor,

planta muito mais que uma flor,

ele faz nascer a esperança no mundo.

Letícia Thompson