quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Elos




Pessoas são como elos...

Elos que se entrelaçam pela
força do destino,
Elos que se definem pelo livre arbítrio...

Pessoas formam histórias.
Histórias de vida, com rumos pré destinados...
Histórias de vida, de livre escolha
dos próprios atos.
O nosso eu acaba sendo formado
de pessoas....

Pessoas que amamos, pessoas que odiamos,
pessoas especiais ou insignificantes...
A nossa história é formada de pessoas...
Muitas delas ficam apenas um
pouquinho conosco...

Outras, uma eternidade de tempo físico...
Outras ainda uma eternidade de
tempo espiritual.
Essas permanecem conosco mesmo depois
que o elo físico se rompe...

São personagens de relações eternas de amor!

O rompimento doloroso só consegue provocar o
afastamento da matéria;
do espírito jamais...

São essas pessoas que fundamentam o nosso
alicerce de vida.

Elas vão e ficam ao mesmo tempo.
São pessoas que jamais nos deixam sós,
pelo simples fato de morarem dentro de
nossos corações...

Elas são elos inquebráveis,
que nos tornam capazes de sermos
também elos em outras vidas...
Elos de amizade...
Elos de amor...

Assim é a corrente da vida,
onde as pessoas formam sempre elos...
Sinto que vivemos uma nova era de relacionamento,
feita também de elos...
Elos virtuais...mas tão reais...
Elos que nos marcam profundamente!!!

Fênix Faustine

terça-feira, 17 de agosto de 2010

A lucidez perigosa


Estou sentindo uma clareza tão grande
que me anula como pessoa atual e comum:
é uma lucidez vazia, como explicar?
Assim como um cálculo matemático perfeito
do qual, no entanto, não se precise.

Estou por assim dizer
vendo claramente o vazio.
E nem entendo aquilo que entendo:
pois estou infinitamente
maior que eu mesma,
e não me alcanço.

Além do que:
que faço dessa lucidez?
Sei também que esta minha lucidez
pode-se tornar o inferno humano
– já me aconteceu antes.

Pois sei que
– em termos de nossa diária
e permanente acomodação
resignada à irrealidade –
essa clareza de realidade
é um risco.

Apagai, pois, minha flama, Deus,
porque ela não me serve para
viver os dias.
Ajudai-me a de novo consistir
dos modos possíveis.
Eu consisto,
eu consisto,
amém.

(Clarice Lispector)